Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Doirados sóis

Impossível serenidade que navegas comigo

És como um animal adormecido

Cobres as tuas asas com manhãs amargas

Demoradas flores que escavam rios

Queda e equilíbrio... suspensão alucinante

Em redor de nós os corpos ganham asas

Em ti pernoita a solidão...o suco das flores

A preciosa idade da insónia

És como uma acrópole transparente

Um líquido precioso...um demorado estar

Apenas estar...

 

Luto com os ventos

Agarro-me aos ecos

Mar sôfrego...ruas desertas

Lamento de gaivota serena

Até amanhã:- digo eu...

Despeço-me dos meus vestígios

Amanhã subirei até outra idade

Escavarei o teu ventre

Dinamitarei os teus vermes

Cuspirei sobre as ruas submersas

Abóbada que atravessa a noite...boca amarga

Povos de aço recortam-se na contra-luz

Vigiam a humidade dos olhos...negros olhos

Demoram-se os peixes nas nuvens de vapor

E as bocas escavam pedaços de lua

Comem escritas...bebem estrelas

Constroem tragédias

Até que os prados se levantem

Com a efervescência de doirados sóis

Lutaremos pelas rubras papoilas

Até sermos navegantes sagrados!

2 comentários

Comentar post