Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Dor

Dói-me a saudade que ainda não sinto

Dói-me a saudade de um amor puro e lindo

Dói-me o dia incerto e o fugaz momento

Tu ou eu quem ficará

Quem planta a flor?

Quem de noite vem espreitar as constelações

Quem espevita a lareira

Quem se emociona com a vermelhidão do poente

Ou com a luz nocturna das estrelas no mar profundo

Quem escutará o teu riso cristalino

Riso puro de criança com sonhos

Riso puro de adulta simples

E a calma amplidão dos abraços

A quem os poderemos oferecer?

Mas eu sei que um dia lá estaremos

Podando o nosso canteiro de rosas

Colhendo as flores das hortências

Fazendo marmelada com a nossa pequena colheita.

 

Dói-me a saudade que ainda não sinto

Dói-me a dor que ainda não tenho

Mas sei que sempre te procurarei

Que todas as esquinas da lua não te podem esconder

Que numa solitária praceta do céu

Te esculpirei uma estátua de estrelas

É isso que este gume que me corta me diz

Que quando alguém se transforma em ar

Miríades de flores desabrocham

Em jardins de encanto e paz

Que quando o seu rosto se esvai

Uma lenda de amor cresce no peito de quem fica.

 

Dói-me este pranto interior que não choro

Dói-me este céu onde não posso chegar

Dói-me o invisível e a serenidade da morte

Dói-me a profundidade da Via Látea

E o espantoso silêncio dos céus

Mas sei que um dia lá entraremos

E como uma brisa ligeira

Correremos ao nosso próprio encontro.

8 comentários

Comentar post