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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

É para ti que escrevo

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É para ti que escrevo as palavras que me queimam a fala

São para ti os sinais que a luz transporta através do sopro abafado da paixão

Pernoitámos numa absurda maré onde agonizavam flores

E dentro do peito naufragavam ensanguentadas cidades rubras

Nunca soube sufocar os gestos que me atormentavam..

Nunca soube beber os recantos onde a felicidade se escondia

Agora imagino que dentro do esplendor da boca pernoita o medo

Agora imagino que no silêncio da areia há uma profundidade de janelas abertas ao luar

Construí-te no sítio onde os teus sinais queimavam a noite

E os teus olhos eram o centro do mundo..espiral profunda de uma vida mineral

Fímbria iluminada pelo frio..onde os lábios se tranquilizam e a espuma nos aborda

Agora...existe o silêncio a escrever nos sítios onde a voz não chega

E no peito perfurado pelo nada..desenho um mar que me ensina a voltar..sempre..a ti...

Como uma onda onde as águas murmuram...que a felicidade não é um crime absurdo

Que é possível viver nos desertos...que é possível deixar um rasto no silêncio

E que se pode erguer a cabeça sobre as silvas do crepúsculo

E do nevoeiro que cobre as areias pode surgir um sonho estelar

Como um mar que nunca acaba...redoma de nada...língua de sonhos...

Ou um rasto de memória esquecida sobre a extensão dos dias...