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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

E sobrou ele...

Ah se fosse fácil sorrir...se fosse fácil habitar nessa coluna de fumo

E aprender o caminho que as trepadeiras ensinam...se fosse fácil...

 

Se fosse fácil esquecer a urgência cansada do vento

Que varre os peitoris das janelas...e prossegue sempre em direcções desconhecidas

Como se caminhasse por dentro das nossas vidas...

Se fosse fácil..

 

Esse vento ...frágil sustento da alma em flor...

Circunferência de nadas e de tudo

Que corta as emoções a fundo...

E transita pela incomensurável desolação da dor.

 

Cresceu...gastou a ilusão...aprendeu a falar com o tempo

Caminhou por entre preciosas feridas...algures entre a vida e a estrada calcinada

Caiu...intacto e resplandecente...como uma alma alucinada

Sobrou-lhe o vidro cortante dos dias...sobrou-lhe o medo e a eternidade

E sobrou ele...

Como se tivesse sonhado a vida...

 

E quando tudo parecia que era fácil

Quando todos os sentimentos ecoavam como guizos

Quando todas as veias rebentaram...

E a solidez de uma incerteza subterrânea se abateu sobre ele

Ergueu-se como uma pedra cansada

Construiu um coração...onde escondeu todas as profecias

E ali ficou...petrificado...