Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

folhasdeluar

folhasdeluar

Em todos os cadernos há nódoas de nevoeiros..

Dissipo-me..poeta e homem na volatilidade dos dias

Erguendo a bandeira das palavras sob a forma de cadernos atirados ao vento

Sigo a noite.. e os anos..e as mortes..aproximando-me da última página

Da página desarrumada...esconsa..aquela onde se cruzam pensamentos e olhares

Em mim cristalizam-se manhãs..listas intermináveis de santos e loucos...

Rabiscos..memórias...locais mágicos...e a traição de mais uma página...em branco

Sento-me no passeio de uma qualquer rua anónima..como eu...

Como o riso que estendo a quem me olha

Viver não é só um hábito...é um porto...um ancoradouro...

Viver é procurar no fundo das palavras...a página..

A tal página onde o segredo se desvenda..e a praia se desdobra em rostos

Há bagos de uvas caídos pelo chão...ilustram os nomes das nódoas que nos cobrem

Vinho...poema..e a subjetividade de ser alguém sentado na rua

Seguir...simplesmente cruzar a ponte de cristal...o olhar..alguém

Rir dos silêncios..e não saber onde colocar os dedos..solitários..mãos solitárias...

Em todos os momentos há traições e alegrias e chuvas encarniçadas

Em todos os cadernos há nódoas de nevoeiros...demoras..aproximações

Se queres fazer alguma coisa..vai correr o mundo..ilustra a tua página

Calcorreia a imaginação....acontecem romances em todos os quadrantes

Em todos os rostos que não queremos esquecer..em todos os pavios de velas..latentes

É preciso despertar o outono...morrer de fartura...corroer a absorção das águas

E rabiscar...lentamente... os silêncios...