Embriaguez
Passo pela minha sombra e não me vejo
Tropeço nessa sombra que um outro eu projeta
E o sol...qual manta que me queima as costas
Dispara sobre mim todas as pragas.
Não sou do tempo ignorado
Sou do tempo que corre nas veias
Mas o tempo que me tortura
A praga que me martiriza
Passeia-se pela noite...nua...tirânica...
Na noite...
Em que de todos os lados chovem astros maravilhosos
Em que de todas as ruas chovem destinos que me cruzam
E todos os meus sentidos escutam músicas de encantar
Todos os caminhos me estão reservados
Basta-me disparar a correr sem tropeçar
Basta-me escutar a banda
Que toca louvores à harmonia da alma
As horas...partidas em pedaços...erguem-se torturadas
As horas... escravas do tempo...molestadas
Riem-se como amores que acabaram de tomar veneno
O veneno que as vai unir...fielmente
Sob a embriaguez perfumada e ansiosa
De um tempo que não pára de nos assassinar...