Enigmas
Tenho mãos de ninhos...tenho dias de mar
Tenho no meu peito todos os novelos
E no cais as âncoras desafiam cruzeiros
Despenham-se salas...relógios...crisálidas
A chuva seca a labareda das bússolas
E na minha solitária mansão dos sonhos
Há enigmas a edificar verdades.
Sento-me dentro de um tempo delicado
Lavo a minha alma nesta paisagem de luz
O sol...o rio..e os flamingos de cera côr-de-rosa...
Pastando nas algas que vivem na intermitência do meu olhar.
Dorme em mim o silêncio do infinito
Destroços caminham no sossego da folhagem
E o tempo é uma súbita praça onde agonizam palavras...