Enquanto os pássaros debicam as estrelas
Vivemos rodeados por um mundo onde brilham límpidas lágrimas
As palavras devoram-nos...como arestas apodrecidas pela chuva
Máscaras imobilizam-se por detrás do azul da tua idade
E tu ficas ...só...na sofreguidão de seres caminho e sombra
Mordes a noite...atravessas o som aberto das aves
Há um romance em cada primavera...
Há um despertar de sombrias bocas aquáticas
E eu chamo-te cristal e tinta da minha alma
E desperto em cada grão de areia
Bebo o veneno que as aves me trazem...
Afogo-me em travessias de cavalos fosforescentes
Brinco com a noite que sai dos meus olhos...esqueço-me da tua fotografia
A geada escorre pelo meu peito...abre-me o olhar...despede-se do horizonte
Enquanto os pássaros debicam as estrelas
Que deslizam pela frescura do teu corpo...