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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Enredo de loucos

Sobra-nos o peso anestésico das metáforas

Sobra-nos a constelação do sono

Sobra-nos a zoológica riqueza de um abraço

Sobra-nos a música...e o brilho marmóreo

A aterradora substância da água fundida

E a tremenda pontada nas costas

Sobra-nos o extravio angélico das catedrais

Que se encontra no ritmo desordenado de duas bocas.

 

Lentamente a matéria circula pelo interior oco dos nomes

Um sopro invade a transfusão dos gritos

Organismos remoinham nas pálpebras

A alucinação do coração clama por mais memórias

Vocábulos tornam-se instrumentos de lembranças

Na massa de cada pão há uma prancha que respira fogo

O mundo é uma noite...de medo...de chuva...de insubstância

A descarregar paisagens...a beber-nos por dentro

Como um enredo de loucos a rejubilar numa textura de gás.

 

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