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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Entendimentos...

Se vires coisas maiores que o teu entendimento...a culpa não é tua. Nasceste com um universo dentro do peito. Os anos passam... e ele vai ficando cada vez mais vazio. Mas descobres outras coisas. Aprendes que tocar no mar é tocar na terra inteira. Aprendes que as recordações são transparências de luzes desfocadas. E que as excentricidades da vida são cinzas que se vão apagando...lentamente...da alma. Aprendes que há um fora e dentro em cada janela. Que muitas vezes não tens razão. E que é normal acordar com os olhos pisados pela noite. Talvez venhas a perceber que há uma refracção de luz em cada gesto teu. E que os teus olhos vêem oásis em cada flor. Podes até ter medo de penetrar no mundo. Mas não deves ter medo de discordar. Nem de confessar...que gostas...da tua pele arrepiada. Porque se um buraco negro te tirar a luz...logo uma andorinha te vem poisar na mão. E basta uma nesga de rio azul...para te arrepiar o emaranhado dos olhos. E basta um galope e uma flauta. E basta a pressa que escava densas rugas. E bastam as confidências de uma noite...e o chá de uma tarde. Para que abramos a nossa porta...devagarinho. E nela entrem todos os sorrisos e todos os dilemas. E todas as confissões de cansaços...magoados.

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