Equinócio
Não importa a fundura do luar
Não importa o vento que arrasta o frio da noite
Essa noite que é um abismo vazio especado na alma de quem passa
Então...que venha a chuva...que venha o tiritar da pele
Que se entre pela porta Universal da Morte
Com todo o esplendor da estrela mais bela.
Que ideia...
O homem a apodrecer numa cama de ódio
O homem a inventar uma paisagem de sangue lunar
O homem sempre a inventar coisas que o fazem parecer dono da eternidade
Mas não é...
Ele é apenas uma música em que se esquece o vão da alma
É apenas uma passagem...para a podridão de um jardim sem flores
Um jardim feito de pétalas absurdas
Que vão caindo a seus pés...
A cada poente...
A cada equinócio de frio granular.