Erva fria...
Escrevo-te hoje como quem empresta gestos ao silêncio
Hoje semeei o meu medo juntamente com a escuridão da casa
Hoje desapareci...como o eco de uma dúvida
Amarrei-me ao poente...descobri que a noite é azul
E toquei na esperança...como quem teme uma borboleta negra...
Desci aos arcos concêntricos da tarde
Vi abóbadas de néon e safira
O vento abafava a rua
As pessoas asfixiavam
O bolor crescia nas cúpulas da carne
E vi...que tudo dependia de uma veia impossível
De um poema impossível
Onde uma mulher ardia nos limites dos séculos
E um homem se afastava...descalço...
Sobre a erva fria...