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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Escuto o sorriso do tempo

Olho para muito longe

Olho para a profundidade das minhas memórias

Escuto o sorriso do tempo

Descerro o meu olhar pelo silêncio fechado nas palavras nuas... lunares

Como se viesse de um lugar onde não houvesse lugar para mim...

 

 

Teatro de dor..serenidade branca...perdição de mar

Adormecer por entre as tuas mãos serenas...ocultar os olhos nas portas fechadas

Fachada de mim a desabar numa cegueira nómada... a desafiar o mundo...

 

A razão queixa-se

Dentro de um instante que é a dimensão brusca do mar.

 

Na moldura que contorna o rosto

Há o sal de uma aparição branca

 

Podia diluir-me num verão nocturno...e ressuscitar num amor esquecido

 

Na cegueira da ausência vive um teatro de seda negra

E um castigo sonoro permanece na imobilidade da luz

Céu e deserto dentro de um único olhar

Gaiola de frases pousadas nos lábios plúmbeos

Geada de cinza a acender um céu sem futuro...

Riscado por silhuetas de cera opaca...