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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Esfinge

Roça por mim o arrebatamento de um dia que me divide

É tarde..demasiado tarde para desistir do tédio

Na densidade das coisas sinto o respirar do coração

Como uma janela que se fecha sobre si

Espero o vão despertar das aves...ociosas

Convidando-me a rir como se habitasse um quarto sufocante

Antes que do fundo da noite a realidade se erga

Antes mesmo que o vazio gele nas gotas do orvalho

Fecho os olhos à humidade gasta da solidão

E entro nos dias...pé ante pé...

Como se habitasse a fímbria de uma frígida fresta

Aberta numa lonjura de esfinge

Que acorda na minha constelação de noites...

Nebulosas....