Espero que chegues
Dentro do espaçoso mundo das palavras escavo a vida
Dentro de um outro tempo
Descubro eflorescências de sóis gretados
Caixas de correio onde não deixam mensagens
Lágrimas de estáticas ausências..agouros
Padecimentos de olhares inflamados...divindades
O teu corpo é uma divindade
É uma madrugada de rosto inclinado
Sobre um estilete abandonado
Minuciosa vigília encarnando numa pálpebra de luz
Adormeço...não sei definir o tempo
Parei na memória da poeira ausente
Escorro agarrado a uma sombra
Precária sombra...
Onde arrasto lentamente os gestos carinhosos
E ouço-te na secura da língua
Encontro-te na resina das noites
Deito-me lado a lado com o silêncio...lentamente
E espero que chegues...