Espiamos a vida..queremos ser grandes
Espiamos a vida..queremos ser grandes
Como se crescer fosse apenas a alma a explorar as razões do corpo
Mas voltamos sempre àquele lugar onde fomos pequenos
Onde cabíamos no voo firme dos sonhos..e onde explorávamos todos os segredos
Talvez dentro de nós hajam silêncios que merecem ser contados
Luzes que se acendem na urgência de ganhar espaços
Os caminhos perdem-se nas penumbras...
E os dias tornam-se espelhos onde martirizamos os rostos
Mas há um caminho que percorremos..para trás e para a frente..
Uma ruga que empalidece perante a ferrugem fascinada da pele
Mas ficamos presos..agarrados à impossibilidade da fuga..à desordem de sermos nós
Na nossa mão cabem todas as banalidades e todos os risos
Todos os corações e todas as luzes que alumiam as rotas incertas
Fosse eu uma criança e diria que nada me dói
Que o voo das aves culmina numa mariposa estrelada
Que as estrelas são mundos a brincar aos sóis
E que o meu olhar fica hipnotizado com a beleza das ilusões
Fosse eu criança e saberia muito mais de mim
Cantaria pelas ruas até despertar os silêncios e as cinzas
E deixaria que a vida me agarrasse pelos pulsos..e me levasse...contigo...