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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Espiral

Vacilam no meu corpo os pensamentos

A sordidez das ruas arde-me na alma

Antes que o meu olhar se erga...já eu levei o estalo do céu

As minhas pálpebras estendem-se pelos murmúrios do vento

Que passa...rasante...pela minha imensa noite.

 

Pousei ...o olhar como um grito esquecido na secura dos caminhos

Vi...a altivez nefasta dos ciprestes

Corri...a entregar o corpo todo ao silêncio.

 

Esqueci a mordedura farisaica do frio

Acreditei que vinha aí o verão

Sacudi do corpo a inocência

As minha manhãs ficaram sem idade

Fechei-me numa redoma de mapas sem destino

Como uma casca de vidro percorri os riachos

E descobri um límpido sonho de morte

Na vetusta química dos corpos.

 

Que se passa contigo minha aurora desenfreada?

Meu perfil de espera...minha caminhada

Meu sonho de menino a crescer...

Em espiral ilimitada....