Esquadrinho a penumbra dos meus passos...
Esquadrinho a penumbra dos meus passos...
Vejo as marcas de alguém que pisou o meu passar
E por entre o infinito dos meus dedos...
Foscos xistos dizem-me coisas incapazes de pensar
Porque falam comigo as vozes das arestas?
Porque me fitam as paredes lisas..de cal
Onde está esse jardim da madrugada...
Em que perdi a minha imagem vertical?
À esparsa luz das teias invisíveis...cobrem-se gestos..despem-se máscaras
Os olhos brilham no fundo oculto dos sentidos
Tilintam ambições na voz quebrada dos poetas
Descem suores de sol pela pele dos poetas
E o mundo ri-se das flores...desertas
Que crescem nos atalhos brancos do pensamento
Onde o lápis é o cajado das palavras
Que podem florescer numa jarra de papel
Dentro de um difuso espelho vejo espraiar mares
Que acordam agora a minha voz...
Imolada numa rua de cordel...