Essa luz sagrada que alumia os meus abismos...
Guardo em mim as palavras que queres ouvir...e não te as digo...
Guardo-as em mim como se fosse um tesoiro precioso...
Uma planície de prata...uma orquídea azul...ou uma ave do paraíso com penas doiradas
Guardo-as porque elas não podem ver a luz do dia...perdiam o valor...gastar-se-iam..
Mas...quando são mais fortes que eu e querem mesmo sair...estrangulo-as...
Arranco-lhe as asas para que não voem até ti...sou um infanticida das palavras...
Um bandido a cheirar a incenso...um vagabundo de universos fantásticos...
Um sagrado confessor de ilusões...um pedinte a galopar a luz...
Porque as palavras que implodem em mim...
São essa luz sagrada que alumia os meus abismos...