Estilhaço...
Hei-de trazer-te um dia a pedra onde encerrarás as palavras
Por ti carregarei o infinito como se ele fosse algo mais que uma sombra
Construí um tempo no coalho dos teus lábios
E nem hesitei...quando os relógios me falaram da urgência dos caminhos
Despi-me do lume dos desertos...desembainhei a minha tela
Pintei o desespero com cores garridas...assombrosas
Incendiei os pulsos com a alma do vento
Espalhei por todo o lado o meu silêncio
E caí...de pé..como uma pétala dentro da madrugada
Contamino os gritos com a pressa das estradas
Quero ser um frágil zumbido a pairar na alquimia dos dias
A transitar pelos sinos das igrejas... a perder-me na semente odiosa dos perdidos
A curar esta cicatriz de oráculo entediado
A quem um estilhaço de cinza apagou as alegrias...