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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Estilhaço...

 

Hei-de trazer-te um dia a pedra onde encerrarás as palavras

Por ti carregarei o infinito como se ele fosse algo mais que uma sombra

 

Construí um tempo no coalho dos teus lábios

E nem hesitei...quando os relógios me falaram da urgência dos caminhos

 

Despi-me do lume dos desertos...desembainhei a minha tela

Pintei o desespero com cores garridas...assombrosas

Incendiei os pulsos com a alma do vento

Espalhei por todo o lado o meu silêncio

E caí...de pé..como uma pétala dentro da madrugada

 

Contamino os gritos com a pressa das estradas

Quero ser um frágil zumbido a pairar na alquimia dos dias

A transitar pelos sinos das igrejas... a perder-me na semente odiosa dos perdidos

A curar esta cicatriz de oráculo entediado

A quem um estilhaço de cinza apagou as alegrias...