Eu seria um audacioso riso de felicidade...
Jaz a minha razão num ócio de feito de pálpebras irónicas
Sorvo o fatídico calor que rabia em redemoinhos de elegantes ilusões
Sou um nómada...uma sala sem tecto....uma ironia cheirando a verdes limoeiros
Não me imponho cortesias nem as pregas que trago nos olhos me apoquentam
Cintilo como se fosse uma continuação de criança...que sopra o fumo instintivamente
Como se domasse a força cantante do vento...
Ou o musgo que se cola nas escadas de pedra onde escorre o nevoeiro
Houvesse uma cancela aberta para o alvorecer...
E eu seria um audacioso riso de felicidade...
Um jogador que predestina o destino..que fustiga o êxtase....
Que cose os rancores com a linha clara das criaturas indiferentes
Que se perde em impulsos de audaciosas folias...
Porque não creio que a água corra sempre cantante....
Nem creio que os dias se joguem como dados...os dias são os dados...são-nos dados
E a consciência é uma tocha seca …
Feita de gravetos para arder no Carnaval....