Êxtase
Todos os vivos seguem esconjurando o bolor dos cadáveres
Em fila...sorridentes...perguntam pelos dias dos outros
Amam a ilusão com uma ternura de xisto
Perseguem a escuridão com dedos de druidas alucinados
Para no fim perceberem...
Que até as flores apodrecem...
Indiferente à sujidade viscosa das línguas
Banho-me em chuvas que se parecem com afagos
Chapinho no silêncio...e seduzo os espelhos que encontro na rua.
Entrei...e multipliquei-me nas rugas da noite
Não precisei de alisar o mar nem de me mostrar na orla da praia
Eu...era apenas um cego num corpo de bosque
Tacteando o êxtase imaginário das algas...