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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

fantasia...

Ser uno. Ser centro. Possuir a verdade circunstancial. Construir a minha roda. Totalizar o meu desejo. Não deixar rastos atrás de mim. Fechar-me na perfeição de uma palavra. Abrir o peito aos meus terrores. Conhecer o antes e o depois. Limpar o olhar com a realidade. Ter na mão a minha totalidade. Esquecer que somos a circunferência gasta. O erro gasto e sempre repetido. E absolver-me de todos os pavores. Usar a minha indistinção como um amuleto. A minha lonjura como uma emoção. A minha oblíqua falta de vontade como uma neblina absurda. Que me esconde. Que me suspende. Que existe em mim como uma noite de fadiga. A minha presença aqui é apenas um evocar de nadas. Uma seda indiferente e fria. Uma janela onde colo bocados de mim. E onde me empoleiro como uma sombra. E onde espreito a esotérica finalidade do vazio.

 

Há tanta eternidade numa pedra como num espelho. Ambos mostram a face do nada. Ambos me comovem na sua frivolidade. E faço um esforço para calar este silêncio. O cansaço apodrece em cada esquina. As hortências florescem. A terra não sente piedade pelos homens. As flores entretêm-se a enfeitar os olhos. A resignação é uma flor que murcha. Que não enfeita...apenas rejeita...tudo o que a fantasia sonhou.

 

Bom 2020 para todas/os...com muita fantasia....

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