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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ferrete

Agora que a tua chama foge

Como uma noite sem coração

Agora que lavamos as carícias com vinhos alados

Como se fossem alfinetes que fixam prazeres

E que se derramam nas sombras

Não é preciso que as coisas tenham nome

Se em tudo se ateia o fogo da fantasia

Não é preciso que os desesperos

Embaciem o frémito da felicidade

Nem que os corpos perfumados

Se deitem numa cama de agulhas ferventes

 

Somos impalpáveis como a beira-mar

Ou como um rosto inquieto

Sonhamos...todos...

Com o dia em que a fadiga

Nos traga as penas já lavadas

Sonhamos com romances...

Em que somos heróis alumiados

Por um candeeiro que seguramos sobre o coração

Sonhamos que vivemos

E vivemos o sonho que subtraímos aos dias de tédio

Usando anéis...com caveiras encastradas

Para que nos lembrem que temos vida

Essa vida que temos que lavar no mar

Ou na melancolia...ou na mágoa

Mas que temos que marcar

Com um ferrete indelével

No coração de uma misteriosa anémona selvagem

Que nos encanta

Com a sua frescura de amante irreal...