Floração de silêncios
O vento abana a folhagem da ilusão...o sonho renasce
O luar esvazia-se nas minhas mãos...escorre pelos meus gestos
É uma inutilidade de sombras e medo
Por entre a tristeza das cigarras...recordo o teu rosto gravado na pele das oliveiras
O teu sorriso é uma miragem que as ondas outonais enchem de perfume
Vejo-te através do jardim descolorido da magia...implacável sombra de dias sepultados
Floração de silêncios tremendo na sombra inquieta dos segredos
Na recta dos dias traço círculos encantados...suponho que são encantados
Porque são feitos da harmonia perfeita das giestas
Tomo a tua imagem em minhas mãos...
Abraço-a como quem se perde num relógio sem tempo
Onde penetro o segredo inquieto da poeira que o ar levanta...