Florescer
Na hora em que o sol abre uma ferida nos olhos
E os contornos da luz lembram a voz dos ausentes
O vento sopra com o som de pássaros metálicos
Lambendo as nossas feridas silenciosas
Que florescem nas hastes da lua.
No muro da noite...assentam as sombras que nos tecem
O corpo é uma raiz a pedir silêncio
A pedir que os nossos fantasmas adormeçam sem nós
E que os musgos que nos tolhem sejam desfeitos
Pelos longos naufrágios que nos sustêm.