Gaivota branca
Diz-me em que luz se encerra o pranto da memória
Diz-me que futuro já perdi
Diz-me de onde vem a fala dos poemas
E que rostos longínquos velam por nós...
Por dentro dos cânticos da morte.
Tudo o que sei...
É que por dentro dos rostos há segredos
Segredos que nos cercam....fachadas...sombras que se esvaem
Tudo o que sei...
É que por dentro da humidade dos rostos há lamentações de terra.
As noites... são distâncias...o mar... é um nome sem futuro
Não procures encontrar a linha cava do horizonte
Nem conhecer o corpo das leis que regem o vento
Não queiras saber com quantos nomes se constrói uma vida
Nem saber que febre aquece a esperança
Apenas te peço...que preenchas o vazio das formas que te habitam
E que te gastes...como se te dividisses...
Entre tempo e asas...entre voo e e água
E sejas a gaivota branca...que se cala em mim.