Gastei o vazio
Gastei o vazio que havia dentro da memória
Andei pela dissolução inútil das lágrimas
Adormeci na terra coberta de cinza e peçonha
E na pureza dos meus dedos
Cheirei o perfume do teu corpo
Abri pressentimentos
Como quem espera pela floresta do nunca
Desbravei paisagens em navios sem vida
E nas janelas dos braços
Abri caminhos sem céu nem fim
Chamei-te para veres a imobilidade do céu
Ergueste os olhos e viste cidades
E eu parti...sem ti...