Gastei o vazio
Gastei o vazio que havia dentro da memória dos mares
Andei pela dissolução inútil das lágrimas...
Adormeci na terra coberta de cinza e peçonha
E na pureza dos meus dedos cheirei o perfume do teu corpo
Abri pressentimentos como quem espera pela floresta do nunca
Desbravei paisagens em navios sem vida
E nas janelas dos braços abri caminhos sem céu nem fim
Chamei-te para veres a imobilidade do céu...
Ergueste os olhos e viste cidades
E eu parti...sem ti...