Gaveta de papel...
Ateio a fogueira onde crio os sonhos
Barricado em abismos que transponho.
Do bafo das árvores espreitam as noites
Sentado no destino enlouqueço os jardins
E a morte...disforme...aquece o cachimbo
Onde as estrelas se acendem
Onde os espelhos se apagam
E as bocas se inquietam...
Recomeçar no silêncio...
Como o primeiro homem sentada na última pedra.
Fixo o meu olhar na rua...
Nem eu nem mais ninguém aqui está
Resta-me este riso com que descarno os dias
E aquela ponte para atravessar o mundo.
E foi agora...mesmo agora...
Que um princípio de luz se cruzou comigo
E me mordeu...com dentes de cristal...
Que eu guardei...na minha gaveta...
De papel...