Germinações...
Germina fulgurante sombra...cresce nesse sentir de lua gelada
Já não me espera a humidade corrosiva dos dias
Já não me arrasto para a cave entumecida
Agora perco-me num jardim de rosas estioladas
Agora furo o tecto do mundo
Bebo os rasgões subterrâneos da alma
Até que a minha carne ensanguente o frio do inverno
Até que em mim cresçam a vozes do inferno
E eu sacuda esta lama de fogo...que me aquece
E me perca em cada encruzilhada.
Profunda voz que doira a ácida tarde
Opaca asa que se afasta da agudez dos gritos
Impaciente ausência...oco despertar
Quando de súbito...as aves se erguem e deixam um rasto no céu
Eu oculto o meu acordar...
E levito na ardência do meu nevoeiro...do meu respirar...
E sonho...