Há dias em que somos pedras
Há dias em que somos pedras
Braços pernas tronco alma
Tudo empedernido
É então...que olhando o chão
Vimos lá caído o nosso coração estilhaçado
Pegamos nele...com cuidado
Coloca-mo-lo no seu lugar
E voltamos a ser pessoas.
Seguimos depois para o cais mais próximo
Senta-mo-nos sobre a pedra que já fomos
E acenamos com o nosso lenço branco
Ao navio que parte rumo ao ocaso
Esperando...esperando sinceramente
Que ele atravesse a noite de breu
Que nos consome
E encontre o cais luminoso que merece
Que merecemos
Depois...apaziguados...pensamos
Foi melhor assim
É melhor assim...