Há um regresso
Espera...há um regresso
Há um alimento feito com o suor do tempo
Há uma noite em que a mentira
Se desfaz em vidros límpidos
E as miragens tecem mapas
No embaciado das janelas
E se quebrarmos a côncava luz
Que implora por mais silêncios
Se dissermos adeus à febre das noites
Cada manhã será um país de flores
A luz será a cegueira das trevas
E o branco da angústia cobrir-se-á de cores
Será como um arco-íris feito de risos
Será uma geometria de ventos
Será um gesto de imprevidente silêncio
Que cai a pique na limpidez do mar...