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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Habitamos corações fechados

Habitamos corações fechados

Em covis onde falta alguma coisa

Limpamos o pó da alma

Com um espanador cheio de medos

Vemos olhares que rasgam o ar

Enquanto expulsamos os dias que não importam

E fechamo-nos em sombras e risos esperançados

Como um ritual inevitável

Dançamos... em corpos rasgados pelo frio

Uma dança plena de imensidão

Escondemos segredos...cantamos assombros

E devolvemos à alma o troco de um pagamento

Feito com sentimentos coalhados

Preenchemos a nossa sombra com trovões e poesia

Com portas fechadas e doces corpos acariciados

E contamos às pessoas que dançam à nossa volta

Histórias que caem no chão negro e poeirento

 

Porque reclamamos a eternidade

Como se ela fosse uma pedra indestrutível?

Arrastamos os pés pela tapeçaria

Que é o nosso nascimento

E pela penumbra do céu que é a nossa felicidade

Nada nos diviniza...nem o céu nem a terra

Nem os assobios do vento

Somos uma contaminação exagerada de nós

Um espaço preenchido por bocas e sementes

Que lançamos ao chão

Até que um dia o vasto despertar nos visite

E nos diga que somos feitos de lama

Que somos feitos de terra e ar

Frágeis cascas de ovo

Que se erguem fortes e resistentes

Perante o enorme espaço que flutua entre nós

E os sorrisos delicados das flores...

 

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