Histórias que o rio conta
Quantos passos se lembram desses caminhos que vão dar ao cais?
Quantos vozes ficam imobilizadas no matagal da vida?
Quantos vidrinhos cintilam nos recantos dos segredos?
Os olhares de hoje são bocejos...iguais aos de ontem
E as histórias que o rio conta
São milenárias peles de homens sem voz
Por isso...na manhã sussurrada pela aragem
Acordam os heróis de todos os dias
Como uma longa memória que cresce para o mar
Afogam-se em instantes de agonia
Como fingimentos de epopeias sem oceano
Ou como recantos onde as verdades são eternas
Porque todos os dias a vida lhes dá a caneta
Para escrever os poemas que ficam esquecidos
No colorido esquecimento de serem homens...