Colocar em causa a possibilidade de fazer greve é colocar em causa a democracia. Contudo não é justo de algumas dezenas de pessoas prejudiquem milhões de concidadãos que se querem deslocar para o seu local de trabalho. Se o direito à greve é um direito inalienável, também o o é o direito de quem quer ir trabalhar o possa fazer sem entraves. Entre estes dois direitos tem que haver um ponto de razoabilidade. Não é possível que a democracia permite a qualquer que seja a classe social fazer uma semana seguida de greve. Na minha opinião, a greve como protesto justo que é, só deveria ser permitida duas vezes por mês, e nunca em dois dias seguidos, e além disso também deveria ser regulamentada de maneira a que não se realize às sextas e segundas, que é o escândalo a que assistimos, ou então, que não haja limite ao tempo de greve mas só metade dos trabalhadores o possa fazer em cada dia, devendo a outra metade apresentar-se ao serviço. Sabemos que as greves não são só por motivos de melhorar as condições dos trabalhadores, também acontecem pela manipulação dos sindicatos por parte de partidos políticos. Relativamente a esta greve selvagem da CP, não me parece que os grevistas tenham assim tanta falta de dinheiro, porque se o tivessem não deixariam de ganhar uma semana de salário, a não que que o seu sindicato lhes pague o ordenado que deixam (justamente) de receber pelo motivo de estarem em greve. Quando é que os partidos políticos arranjarão coragem de alterar a lei da greve, de forma a minimizar o prejuízo de quem sofre as consequências dos que não se importam com os outros porque egoisticamente acham que os seus direitos são inalienáveis e os dos outros não.