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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Horas vazias

As horas vazias...as tardes encantadas

Sagrada fonte esquecida na noite

Penumbra...janela iluminada

O corpo cobre-se de palavras

E a vida escorre pelas linhas desfocadas

 

Semente de astro...pele de seda

A lembrança ecoa na melancolia

Rugas de ferrugem esperam o dia

E a alma...extasiada...

Arde nas chamas inúteis das veredas

 

Lembro-me desse regato

De águas quase rasas

Lembro-me da sede das aves

E da volúpia das pétalas que flutuavam

Lembro-me de mim...a sorrir...

 

Consola-me dizer que acordei agora

Embora me faltasse o tempo para dormir

Consola-me o respirar da tarde

E o crepitar do relógio da sala

Que ali está...pregado na parede...parado

Enquanto conta as horas

Que não param nunca.

E eu...esmagado...

 

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