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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Húmidas conchas que respiram sono...


Mas tu...és como uma agonia de bar...transparente libélula...


Que inicia a sua metamorfose numa árvore despida...numa noite larvar...


Que se espraia através de uma janela entreaberta...e se precipita pelas sombras do quarto


Como uma fresca neblina...maravilhosa... gosto suave esculpido na tua face de rosa...


Embriaga-te na precipitação das águas...diz que te queres corroer...


Tens o sabor do eco lento das tangerinas...da precipitação lunar..do sussurro da agonia


Sabes a garganta de mentol...a mãos de geada...a naufrágio de noite branca...


És o imperceptível mel que estanca a melancolia...água benta...escadaria...


Onde poisam os sussurros frescos...as húmidas conchas que respiram sono...agonia


Pernoitas em todas as minhas veias...precipitas-te em todos os meus ecos...


És a nervura da minha mão...sina escrita no sangue a correr...respiração


Saberás tu estancar o sono? Recuperar os meus despojos? Sábia ave de rapina...


Que dormitas na minha penumbra...que penetras no meu tempo triangular...


Que me alcanças no cimo da lenta vereda que leva à montanha...


E depois naufragas comigo numa rota desconhecida...feita de relva e noite perdida!