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Desaguamos a nossa face nos rostos que caminham lado a lado com o nevoeiro dos dias
Flores de gestos crescem nas ruas das cidades...resistimos à brevidade das horas
Suspendemos o nosso nome sem sabermos que somos semelhantes a sinais de vida
A pouco e pouco engrossamos ...como rios cobertos de nevoeiro
Somos os antepassados da vegetação que ornamenta o prolongamento das tardes
Celebramos o nascer do sol...lamentamos os dias...
Somos a geada apocalíptica que enturvece o nosso coração...
Somos terra a farejar a fuga apaixonada do silêncio
Que vibra na surpresa de um quadro envolto em mistério
Onde vemos a nossa imagem pregada numa teia de solidão...