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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Impermanência...

Movêmo-nos em tórridos mundos. Herdámos as nuvens negras e os raios de sol. Mágicos reinos esperam por nós. Andamos às cavalitas da justaposição das sombras. Em cada olhar procuramos um refúgio. Empolgados...bebemos os clássicos mitos. Estendemos os braços. E vemos...certezas de prata a avançar na proa dos barcos. A nossa obra é pintar os dias. A nossa verdade é encontrar a perfeita projecção da nossa alma. Chegar ao lugar seguro. E surpreender-se com as fabulosas cores da paz.

 

Voltar atrás é impossível. Estrangulada a voz. Experimentada a solidão. É tempo de soltar o desvairado riso. É tempo de apagar as cores frias. Fechar os olhos e pisar os gelos. Ou...simplesmente colher a geográfica gargalhada. Que se esconde na comoção de uma pele de veludo.

 

Põe de parte tudo o que te atrapalha. Coloca a tua cereja no topo do mundo. Enfrenta os ventos e as incandescentes trovoadas. Deixam que te encontrem. Deixa que te encontres. Ceifado o trigo...fica o restolho. Fica o bafo a sol e a bebida. Fica a sensação de por um momento...sermos a própria libertação. De nós e dos outros. De sermos o próprio sumo da nossa vida. E da nossa impermanência...

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