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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Instantes

 

Inventamos mundos como saltimbancos sem palco

Devoramos a aspereza de uma sorte que não compensa

Paramos a alma...entre o que vemos e o que não sabemos

Como instantes escuros...como finas terras...como carnívoros medos

Tudo em nós voga entre o silêncio e a água dos rios

Tudo se desfaz em torvelinhos de melancolia

Mas não acertamos o passo com a música da flauta

Não reconhecemos o engano de sermos séculos de fome e solidão

Erguemos os olhos e vemos a divisão do nada

Como poemas cruéis dizemos que somos a artéria esculpida dos deuses

E juntamos as cores como pássaros austeros

E corremos atrás da ferrugem das preces

Até que nada nos separe dos céus que criamos dentro de nós...

A custo...