Instantes
Inventamos mundos como saltimbancos sem palco
Devoramos a aspereza de uma sorte que não compensa
Paramos a alma...entre o que vemos e o que não sabemos
Como instantes escuros...como finas terras...como carnívoros medos
Tudo em nós voga entre o silêncio e a água dos rios
Tudo se desfaz em torvelinhos de melancolia
Mas não acertamos o passo com a música da flauta
Não reconhecemos o engano de sermos séculos de fome e solidão
Erguemos os olhos e vemos a divisão do nada
Como poemas cruéis dizemos que somos a artéria esculpida dos deuses
E juntamos as cores como pássaros austeros
E corremos atrás da ferrugem das preces
Até que nada nos separe dos céus que criamos dentro de nós...
A custo...