Instintos...
Cruzámos esquinas como pontes descuidadas
Percebemos que a vida era mesmo ali...
No cimo daquele plátano...encostado àquele céu de cobre.
E tudo isto nos cansa...
A petrificação das ruas...a voz rouca das águas
O agitar dos instintos....a fome circunscrita dos dementes
Que gritam com voz de musgo e nada...
Levanta-te meu fim e minha sombra
Ergue-te minha paisagem de nevoeiro
Mostra-me a tua ovalada face
Mostra-em a chave da porta que não abre...
Diria que para além de mim uma flor azul se levanta
Que uma árvore canta na secreta pele da tarde
Mas só eu a oiço...só eu ...e toda a fantasia do vento.