Inventor de mundos
Arrastas o triste dia pelo cunho das ruas
Onde um sol de lobos amolece a alma
Não és mais que carregador de mundos
Onde és pegado pelos cabelos
Em direcção à vingança do futuro
E se te ergueres como uma bala nua
Despreza o tempo...grita na rua
Porque sabes...que todas as securas das marés
Esperam por ti.
Se me disseres que na côr dos poentes ardem febres
Se me disseres que para além do mundo
Ainda resta uma longa estrada
E que as trovoadas ecoam na lonjura dos vales
Se me disseres tudo isso...
Eu então respondo;
Que não há nada melhor que a calma de uma tarde
A espairecer dentro de nós...
E a estender-se dentro de nós
Sôfrega do nosso corpo
Como se o mundo morasse na luta que travamos com o olhar
Não para descobrir...mas para inventar
Outros mundos...