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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Minguei num tempo de fogo..

 

Já não sou a caneta que te escrevia nos meandros da noite

Já não sou o fruto comestível que assolava o teu corpo

Minguei num tempo de fogo...ignorado e devorador

Como uma sombra enterrada no orvalho da memória

Mas trago ainda comigo os sons das algas e das mariposas

Ainda sinto o ardor da tua fotografia a planar na maresia das tardes

Dentro de mim ainda adormece o teu cheiro de estonteante verdura

Ainda sou o marinheiro que vence o desvairio dos teus mares

Da minha máscara ainda escorre a tinta húmida da saudade

Ainda devoro o tempo em nos deitávamos na beleza do orvalho

Hoje...imobilizo a minha memória no recanto vazio das fotografias

Hoje...o meu tempo é áspero...o meu dia é uma catedral vazia de fé...

Em ti...