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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Labaredas

Fugir da teia do mundo...sacudir da pele a angústia

Erguer-me do frio...como uma conspiração de sombras.

 

Não me quero dissolver em alçapões ou em cantos de pássaros

Quero tocar no enredo do mundo e perceber a minha própria luz.

 

E vem sempre comigo este brilho de incêndio...esta voz.

 

Compreendo os becos e ardo no pergaminho ardiloso do silêncio.

E é então que toco na ferrugem da lua

E é então que absorvo a matéria intemporal...da terra...

 

Pego na água...raso de alegria

Impura treva...travo de ardil...

Vestido de luto...compro a Vida.

 

Nas tílias... nos montes...no roçar dos prados

Há um cheiro de húmus...um caminho perfumado

Uma leveza de ouro...um tempo parado...

 

Também do chão se erguem destinos

E das acácias se desprendem flores

Concílio de vida..espuma de deuses...mortos...

 

Nas labaredas da boca se queimam os sonhos

Da cinza do céu sobraram as estrelas

E nós..sozinhos a entoar esperas...a acontecer nas ruas...

Como se vivêssemos só agora

E depois fôssemos o sangue...a foice...que nos corta alma

E nos atira à cara a resposta que procuramos

Aquela que nunca saberemos

Mas que levita em nós...como uma fonte...

Como uma brasa...que nos arrasa.