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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Lage fria

Enquanto te mostram a castidade

Exposta numa deslumbrante travessa de prata

Os sinos tocam como crianças que cavam sepulturas

Numa extensão de tempo sem estilo nem piedade...

 

O dia ainda não saiu das cavernas

E já te aflora a vertigem das coisas tristes

Deslumbras-te com esses dias

Em que não sabes quem és

Desagregado como uma flor

Que não sabe de onde vem

Porque o presente é uma poesia tóxica

Insolúvel enjoo... fétido barco lacrimoso...

Excêntricas sombras

Te protegem desse caldo infame

Dessa cadência pudica

Desse espaço repugnante e açaimado

Devorador de corpos e de fúnebres desejos

 

Enquanto uma vaga camisa de cambraia

Ondula no segredo de um leito amado

Como uma trémula iluminação do espírito

Ou um espaço onde não cabe mais nada

Cessam as excêntricas mágoas libertadoras

Os aflitos pensamentos

Caem de joelhos na laje fria

Feita de fortes matizes acastanhados

E uma dolorosa pureza desce dos céus

E disseca-te num extremado arrepio

Como se fosse um compasso de música celestial

Ou uma sonata interpretada no maravilhoso corpo nu

De um vazio omnipresente...

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