Lagos de sedas
Entre o caos e o tempo há um sinal
Uma neve que refulge em cada dia
Sob a nossa capa de terra original
Sob a nossa breve maresia
Levantamos a noite como um sol
Levantamos a noite como um dia.
Tudo em nós se acaba
Tudo em nós começa
Tudo se destapa
Em tudo se tropeça.
Amargo peso...amarga aurora
Lembrar que a noite escorre...
Pela vida fora.
Decerto somos mundos
Incertos somos pedras
Desertos somos séculos
Despertos somos fundos
De lagos envoltos em sedas.
Começar já hoje a subir a solidão...
Trepar pela ilusão...
Colidir com a chuva e com o vento...
Acenar ao tempo
Sem mão.