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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Lágrima de céu

Nus fecundámos os punhais da noite

Nus descobrimos as fronteiras mais secretas

Depois extinguimo-nos...como letras de uma língua morta

Ou como astros que se gastaram no fogo da última noite

 

Invariavelmente agarro-me ao vestido da noite

Estrelas caem na lonjura de uma fronteira inexistente

Desenho a tua presença num castiçal de ansiedade

De onde brota a luz efémera...que jamais me acordará

 

Vem como se fosses uma suave sentinela de mim

Vem com o teu híbrido sorriso de flor extinta

Que entra pela minha noite...livre...

Como se eu fosse o areal onde lentamente te espraias

 

Espero por ti como quem se agarra ao cordão umbilical da terra

E mesmo que o sol desabe num caudal de outonos

Avançarei...de olhar perdido...

Como se encontrasse na espessura de cada barco

Como se visse na ondulação horizontal das searas

A tua lágrima de céu a correr para mim.

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