letras soltas
No eco de um pedestal a desbravar a rudeza das ruas
Sonho que é possível improvisar uma vida...
Finjo que não vejo as almas magoadas
Mas tenho a obsessão de continuar sempre em direcção ao veneno dos dias...
Tropecei na estética do silêncio
Uma criança riu...
Corpo vertical...boca arredondada
Maldita gente a morrer todos os dias...
Quero inventar um grito
Para parecer maior do que aquilo que sou...
Devoro a verdade? Devoro a vida?
O que é que me faz ter tanta fome?
Medito deitado na mansidão da manhã
Apetece-me mudar o mundo
Só não sei como fazê-lo...
A morte não dorme...o vento também não...
O melhor é fazer da Vida um rabisco de estrelas...
Apago o luar...boa-noite vida...
Que me rasgas esta carne insalvada...
Solidão na espessura da tarde
Oxalá ninguém me tenha visto apanhar aquela flor...
Percorro os meus corredores...reencontro-me
Recumprimento-me...
E depois...esqueço-me de mim....
Uma deusa apagou-se num naperon de luz
Pé-ante-pé...como convém a quem sonha...
Nasci inclinado para a fatalidade
Acordei sentado numa poça de choro...
No princípio era o meu mundo
Depois as palavras encheram-no de significados...
Por acaso os homens pensam
No absurdo que é pensar?
Acordei hoje com a sensação de voar
Curioso...como os sonhos nos podem enganar...
Quando abro a porta
Sinto o terrível vazio do nevoeiro..