Leva-me a ver a espuma
Meu pequeno dedo
Que apontas para uma terra
Onde nenhum coração te toca
Indicas o caminho onde nenhuma boca bebe
Que terra é essa
Onde os caminhos vão dar a ti?
Finges pairar num sonho sem limites
Inventaste um jogo de sombras
Tornaste-te uma folha vogando na limpidez das fontes
Resta-te o outono..e o vazio das águas...
A chuva enche o teu vazio...completa-te
Em toda a parte irrompem os teus delírios
Gritos de fogo...cheios de lava negra
Como alegrias entornadas na valeta sólida das madrugadas...
Quero que me digas em que ser te transformaste
Que peixe vermelho mora dentro de ti
E me leves...
A ver o lugar onde a espuma amansa os dias
E se um barco de ferro maciço esperar por mim
Se os meus joelhos dobrarem em sinal de paz
Asseguro-te que serei a poalha de neve que te aquecerá
E de ti farei o meu mastro..sem fim...
É por isso que eu me levanto
É por todo o impossível que eu anseio
É por isso...que no inverno...
Me incendeio...